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Obras do Teatro Paschoal Carlos Magno serão retomadas

Corredor de entrada do Teatro Paschoal Carlos Magno
Corredor de entrada do Teatro Paschoal Carlos Magno (Foto: Thiago Andrade)

Abandonada há mais de 30 anos, a obra do Teatro Paschoal Carlos Magno está prestes a ser retomada. No último dia 24, a Câmara Municipal autorizou a Prefeitura a abrir crédito especial para a conclusão do espaço. Estimado em R$ 6 milhões, o serviço será realizado mediante apoio financeiro da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), garantido a partir de um termo de cooperação técnica e financeira. A aprovação pelos vereadores ocorreu após a apreciação da mensagem do Executivo que solicita readequação da Lei Orçamentária em vigência neste ano.

A licitação para definir qual empresa estará à frente da retomada dos trabalhos foi feita, mas a empresa vencedora não atendeu os requisitos impostos pelo Município. Por isso, uma nova licitação será realizada no dia 23 de dezembro.

Conforme o vereador Jucelio Maria (PSB), que pediu vistas quando a proposição de readequação do orçamento foi apresentada, era preciso entender o detalhamento do projeto, já que serão investidos R$ 6 milhões.

Em 2010 a proposta de finalização do teatro já havia sido apresentada, mas não chegou a sair do papel, sob alegação de falta de verbas públicas. Na época, os valores estimados eram de R$ 4 milhões. O vereador explica alguns dos motivos possíveis para o aumento.

Hall de entrada do teatro vira depósito de materiais da Funalfa (Foto: Thiago Andrade)
Hall de entrada do teatro vira depósito de materiais da Funalfa (Foto: Thiago Andrade)

Na avaliação do superintendente da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), Toninho Dutra, o principal motivo do atraso de 30 anos foi a falta de compromisso de alguns governos que passaram pela cidade nesse período. Ele comenta que por pouco o teatro não foi aberto em outras ocasiões.  “Chegamos perto várias vezes. Tentamos emendas parlamentares e apelamos para a Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), mas não conseguimos tirar do papel. Retomar o Paschoal só foi possível por meio da Codemig.”

Jucélio comenta que já fez parte de um grupo de teatro que se apresentou nas “ruínas” do espaço, justamente para alertar as autoridades da época sobre a importância de não se abandonar a obra.

Faixada do teatro vista do lado de fora (Foto: Thiago Andrade)
Fachada do teatro vista do lado de fora (Foto: Thiago Andrade)

Demanda da classe artística

Toninho Dutra afirma que o Paschoal Carlos Magno é um clamor antigo dos artistas juizforanos, e será voltado para a produção local. “O objetivo é oferecer um espaço municipal que atenda as artes em geral, especialmente as artes cênicas.”

Arquiteto e urbanista, Marcos Olender representa o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) junto ao Conselho Municipal de Cultura de Juiz de Fora (Concult). Ele afirma que a batalha para retomada das obras foi longa, mas acredita que o teatro vai oferecer mais uma alternativa para os artistas da cidade, além de ser uma opção de cultura e lazer. “O Teatro Paschoal Carlos Magno sempre foi uma demanda da classe artística. Juiz de Fora carece de espaços com estas dimensões, de médio porte. Existem teatros maiores, mas o único que se aproxima desse formato é o do Espaço Mascarenhas . Além disso, será mais um atrativo para que a produção cultural da cidade continue crescendo.”

Professor, diretor teatral e produtor do Grupo Divulgação, José Luiz Ribeiro diz já terem passado 30 anos desde que “o prefeito Melo Reis prometeu ao próprio Paschoal Carlos Magno, aqui mesmo no Forum da Cultura (a casa do Grupo Divulgação), quando estávamos fazendo um espetáculo”. Considerado um dos nomes mais importantes do teatro local, José Luiz pontua que a espera é desanimadora , mas afirma que “Juiz de Fora é uma cidade grande. Quanto mais espaços tivermos, melhor. Mas precisa crescer também na mentalidade”, provoca. Ele também observa que a nova proposta do teatro envolve adequação em relação às demais casas de espetáculos da cidade, podendo ter plateia com capacidade média. Isso é importante para ofertar espaço diferente dos já existentes.

Para a atriz e gerente do Forum da Cultura, Márcia Falabella, um novo e tão esperado teatro pode ser importante no sentido de fomentar a produção cultural, podendo ampliar a agenda de shows e peças teatrais.

Márcia acredita que o teatro faz falta à cidade. “Quanto mais teatro tivermos, mais produção cultural vamos ter. O sonho da gente é que Juiz de Fora seja como o Rio de Janeiro, Buenos Aires, que têm uma quantidade enorme de teatros, de todos os tipos. Juiz de Fora tem espaços poucos explorados. (O Paschoal Carlos Magno) está vindo com atraso, mas em boa hora”.

Outro palco na cidade

O superintendente da Funalfa também adianta que Juiz de Fora vai receber outro palco de teatro no início do ano que vem, com capacidade para 120 espectadores. O novo espaço integra a estrutura do Centro de Artes e Esportes Unificados (Ceu), uma parceria da Prefeitura com o Governo Federal. O local escolhido é a Praça de Benfica. Em um espaço de 7.000 metros quadrados, além do teatro, o Ceu vai oferecer quadra poliesportiva, pista de skate, área de recreação, biblioteca, jogos de mesa e pista de caminhada.