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‘O mínimo que a gente quer é que isso se resolva’

Delegado do caso Matheus Goldoni diz que investigações ainda não apontam as circunstâncias da morte do adolescente

Por Luiz Fernando Lenzi e Taciana Sousa* 

Foram ouvidos hoje pela Polícia Civil as primeiras testemunhas do caso Matheus Goldoni. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Rodrigo Rolli, com os depoimentos prestados nesta tarde ainda não é possível definir o que aconteceu com o jovem. Matheus Goldoni, 18 anos, morreu na madrugada do último sábado (15) depois de se envolver em uma briga e ter sido retirado da casa noturna Privilège, no Bairro São Pedro, na Cidade Alta.

Hoje foram ouvidos a família da vítima, os seguranças e os administradores da boate. Segundo Rolli, as histórias contadas estão “completamente” contraditórias, excluindo, desta forma, uma resposta concreta sobre o caso nesta fase inicial das apurações. “Não é possível descartar crime violento ou morte acidental”, afirma o delegado, que explicou quais serão os próximos passos da investigação:

A possibilidade de latrocínio (roubo seguido de morte) apresentada pela Polícia Civil foi desacreditada pela família de Matheus. Segundo os familiares, o bem de maior valor financeiro do jovem, um cordão de prata, foi encontrado junto ao corpo.

Leandro Goldoni (21), irmão da vítima, quer apenas que as investigações apontem a causa da morte de Matheus. “Trazer ele de volta não vão conseguir. O mínimo que a gente quer é que isso se resolva, queremos saber o que aconteceu”, cobra.

Amanhã, sete novas testemunhas serão ouvidas, entre elas o jovem que se envolveu na briga que resultou na retirada de Matheus da casa noturna. Os proprietários dos veículos que tiveram seus retrovisores supostamente danificados por Matheus também prestarão depoimento.

*Colaborou Vitor Ramos

Chuva em JF corresponde a 23,1% do esperado para este período

Por Lais Bello, Leandro Leiva, Leiliane Reis, Luiz Fernando Lenzi

A chuva que caiu na cidade no início da semana não foi suficiente para acabar com o rodízio de abastecimento de água. De acordo com a Cesama, as últimas chuvas ainda não apresentaram um reflexo significativo para a recuperação dos mananciais. O rodízio continua previsto para, pelo menos, mais três semanas.

Considerando a climatologia do mês de outubro para a precipitação pluvial, conforme dados da Estação Climatológica Principal (ECP) do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), localizada no campus da UFJF, a faixa de normalidade de chuvas para este mês varia entre 103,2 a 144,3 milímetros. Porém, até o fechamento desta matéria, o total pluviométrico registrado em Juiz de Fora foi de apenas 33,4 milímetros, ou seja, 23,1% do esperado. De acordo com o climatologista Thiago Santos, “a quantidade de chuvas até o momento é insuficiente para ocasionar algum acúmulo nas represas do município”.

Segundo informações da Cesama, a Represa de São Pedro continua sendo operada somente com a vazão dos córregos e sua reserva está próxima de zero. Toda a água que chega por meio dos afluentes é utilizada. A Represa Doutor João Penido encontra-se com 26% da capacidade de armazenamento e o córrego do Ribeirão do Espírito Santo está com a vazão abaixo do esperado para esta época do ano. A Represa de Chapéu d’Uvas, que passou a contribuir com o sistema na última semana, atua com cerca de 39% da capacidade. Ainda de acordo com a Cesama, no período de chuvas em Juiz de Fora, as represas acumulam água para ser utilizada durante a estiagem. Desta forma, já era esperada uma queda no nível das fontes de abastecimento, mas, este ano, o período foi atípico.

Historicamente, as chuvas em Juiz de Fora se iniciam em meados de setembro, o que não aconteceu em 2014. A expectativa é de que, com as primeiras precipitações, o período chuvoso se instale e os mananciais sejam recuperados gradativamente. Para o 5º Distrito de Meteorologia do Inmet, em Belo Horizonte, a tendência é de que até o início de novembro a estação chuvosa se estabeleça, tornando as chuvas mais frequentes na região.

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Com o solo seco, a chuva foi rapidamente absorvida, não contribuindo para a recuperação da Represa de São Pedro (Foto: Lais Bello-21/10/14)

 

Novos recordes

A primavera é marcada por altas temperaturas, uma vez que sofre influência das massas de ar quentes e secas que atuam durante o inverno. Aliadas à intensificação dos raios solares, em virtude da aproximação com o verão, ocasiona altas temperaturas.

Neste mês de outubro, houve três dias em que as temperaturas máximas foram as maiores registradas no município de Juiz de Fora dos últimos 41 anos, conforme dados da Estação Climatológica Principal do Inmet. Nos dias 14, 18 e 19 de outubro, os termômetros registraram respectivamente 36,3, 35 e 36,6 graus. O recorde anterior era de 35 graus, em 24 de setembro de 2007.

A previsão de temperatura para os próximos dias em Juiz de Fora sofrerá ligeira elevação, variando entre 16 e 30 graus, já que uma massa de ar seco ganhará força sobre a Região Sudeste do Brasil. De acordo com o Inmet, a umidade relativa do ar vai variar dentro do normal para o período, ficando acima dos 60%, segundo os parâmetros da Organização Meteorológica Mundial.

Moradores mudam rotina após anúncio do rodízio

Após o anúncio da adoção de rodízio no abastecimento de água, feito na quarta feira (15), alguns moradores mudaram a rotina visando economizar água. Na Zona Norte da cidade, algumas pessoas aproveitaram a chuva que caiu no domingo para encher baldes, já que na segunda-feira o abastecimento seria interrompido.

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Temendo ficar sem água, Rosária de Souza coletou água da chuva (Foto: Leiliane Reis-20/10/14)

Foi o que fez a dona de casa Rosária de Souza, que mora no Bairro Santa Cruz. “Eu corri e botei os baldes quando vi a chuva, para aproveitar, já que todo mundo estava comentando que não ia ter água.”  Os baldes, porém, não foram usados, pois, de acordo com a Rosária, a água continuou a cair na caixa.

A moradora do Bairro São Judas Tadeu, Eni Cândido, também não notou diferença no abastecimento na segunda-feira, dia em que o bairro onde ela mora teria rodízio. Entretanto, a dona de casa diz estar em alerta. “Agora estou economizando, a água que sai da máquina de lavar eu uso pra lavar a varanda”, exemplifica.

No Nova Era II, a moradora Nádia de Jesus disse que o dia de rodízio não atrapalhou a rotina em casa. “Hoje foi tranquilo, não atrapalhou. Mas aqui em casa a gente está tomando banhos mais rápidos, deixando acumular mais louça para lavar e não ficar abrindo a torneira toda hora. A gente tem que economizar.”